No ano passado, a luta contra o fracking ganhou um nome de peso: o Papa Francisco. Nascido na Argentina, o Sumo Pontífice conhece bem os efeitos devastadores da exploração de petróleo e gás de folhelho no país e apoiou incondicionalmente o movimento internacional contra o avanço do fracking.
“No Brasil, a campanha está recebendo o apoio de diversas dioceses, abrindo espaço para cursos de capacitação para padres, gestores municipais e membros da comunidade. Estamos levando a mensagem do Papa Francisco da preservação da vida, das fontes de água e da obra divina”, afirma Reginaldo Urbano Argentino, presidente da Cáritas Paraná e campaigner da 350.org. Junto com outras 236 entidades, a Cáritas é membro da Coesus.
O apoio do Papa vem alinhada à publicação da Encíclica Laudato Sí, de 2015, que aponta a atividade humana como a grande responsável pela destruição de Gaia, “Casa Comum”. Nela, ele critica o capitalismo selvagem e o sistema econômico que potencializa a exclusão social, estimula a ganância e o consumo sem limites.
“Esta irmã (a Terra) clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos a pensar que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos”, afirma o Papa no documento.
Ele escreveu mais: “A destruição do ambiente humano é um fato muito grave, porque, por um lado, Deus confiou o mundo ao ser humano. E, por outro, a própria vida humana é um dom que deve ser protegido de várias formas de degradação. Toda a pretensão de cuidar e melhorar o mundo requer mudanças profundas nos estilos de vida, nos modelos de produção e de consumo, nas estruturas consolidadas de poder, que hoje regem as sociedades.”
E, por fim, deixou um recado ecológico e de esperança para a humanidade: “Nem tudo está perdido, porque o ser humano, capaz de tocar o fundo da degradação, podem também superar-se, voltar a escolher o bem e regenerar-se, para além de qualquer condicionalismo psicológico e social que lhes seja imposto. É capaz de olhar a si mesmo com honestidade, externar o próprio pesar e encetar caminhos novos rumo à verdadeira liberdade. Não há sistemas que anulem, por completo, a abertura ao bem, à verdade e à beleza, nem a capacidade de reagir que Deus continua a animar no mais fundo dos nossos corações. A cada pessoa deste mundo, peço para não esquecer esta sua dignidade que ninguém tem o direito de lhe tirar.”
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