Ao ser homenageado na categoria de “Me lhor Exemplo em Mobilização ambiental” da maior premiação ambiental do Brasil, durante cerimônia em BH, com a presença da ministra Marina Silva, o ativista paulista e ex- fundador da Fundação SOS Mata Atlântica manteve a sua conhecida irreverência. Apresentador do Prêmio Hugo já há três anos seguidos, sob o risco de tirar a surpresa, ele não poderia anunciar a si, como vencedor.
O que o júri e a sua colega apresentadora, a atriz Christiane Antuña, fizeram? Primeiro, o convidaram estranhamente para descer do palco e se juntar à plateia. E segundo, que ela leria, sozinha, o texto que pouco a pouco vai “esquentando” até o vencedor suspeitar que seja ele mesmo, o finalista premiado.
O roteiro do prêmio ainda colocou, de fundo, a canção refrão “Esse cara sou eu”, de Roberto Carlos. E ele sucumbiu, tamanha as emoções ali vividas: “Vocês estão de brincadeira. Esse cara assim, só pode ser eu mesmo”!
E contou assim, agradecido, uma pouco da sua história com partilhada com tantos companheiros ali reunidos: “Comecei minha jornada ambientalista em 1973, contando a história do que era pensar global e agir local, desde a Conferência de Estocolmo. Era praticamente impossível contar essa história naquela época. Felizmente, o que a gente imaginava impossível lá, há meio século, hoje está se concretizando.
Eu penso hoje muito mais confiante no futuro da humanidade do que antes, quando a gente tinha aquela coisa de catastrofismo, fim de mundo e previsões apocalípticas. E isso só aconteceu, se modificou, porque aprendemos construir a nossa sobrevivência na terra das possibilidades. Sobrevivemos com aquilo necessário como nações e populações integradas no mesmo desafio comum. Como cidadania local e planetária. Com tudo que a gente sabe fazer de maneira apolítica, sem preconceito e em sintonia com a natureza, e o que chamamos hoje de desenvolvimento sustentável.
Essa é a grandeza da consciência ecológica que pode salvar o mundo e a humanidade, nessa ordem. A luta ambiental, relembrada como tema desta 14ª edição do Prêmio Hugo Werneck – “Pensar globalmente e agir localmente” – não tem partido nem diferença de raça, ciência, religião ou ideologia. Ela é democrática. Ganhamos todos nós, com a natureza preservada. Ou sem ela, não ganhamos, não vamos sobreviver. Ponto ecológico e econômico. Brigadão pela homenagem! Esse cara sou eu mesmo?