Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS 11,12 e 13

Ecológico nas Escolas
Edição 130 - Publicado em: 11/12/2020

Cidades e comunidades sustentáveis. Consumo e produção responsáveis. Ação contra a mudança global do clima. Essas são as diretrizes globais de três dos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) criados pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, quando 193 nações adotaram uma nova agenda de desenvolvimento com metas arrojadas para serem cumpridas até 2030.

Entre os 17 ODS – considerados essenciais para garantir uma vida com dignidade a todas as pessoas de todas as nações – estão ainda alcançar a igualdade de gênero, empoderar todas as mulheres e meninas, além de assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos.

Os ODS 11, 12 e 13 são extremamente importantes, pois tratam de questões diretamente ligadas à vida das pessoas. No caso do 11, um dos objetivos é tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros e resilientes. Em 10 anos, uma das metas é garantir o acesso de todos à habitação segura, adequada e a preço acessível, e aos serviços básicos e urbanizar as favelas. Outro item importante desse ODS é proporcionar a todas as pessoas acesso a sistemas de transporte seguros e acessíveis, com preços justos.

No ODS 12, que preza pelo consumo responsável, uma das metas é estabelecer, em todos os países, programas específicos para esse fim, levando em conta o desenvolvimento e as capacidades de cada nação. Entre as metas para se chegar ao resultado final estão alcançar a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais; reduzir o desperdício de alimentos; fazer manejo ambientalmente saudável de produtos químicos e todos os resíduos; reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso; e incentivar as empresas a adotar práticas sustentáveis e a integrar informações de sustentabilidade em seu ciclo de relatórios.

Já o ODS 13, prevê uma tomada de ação mais global contra a mudança do clima, orientando as nações a se adaptarem a riscos relacionados a catástrofes naturais e também a incluir medidas que tratem da mudança climática em suas políticas e estratégias nacionais.

As mudanças climáticas, diferentemente do que muitos imaginam, não são um fenômeno recente, mas sim recorrentes na história da Terra, que já passou por períodos mais quentes do que o atual e por diversos episódios de resfriamento, conhecidos como eras glaciais. Entretanto, o cerne da polêmica deste tema é a influência da humanidade nessas mudanças, seja como fator originário ou como agente acelerador.

As mudanças climáticas referem-se a alterações nas propriedades estatísticas do sistema climático e que continuam ocorrendo por várias décadas ou centenas de anos, geralmente por pelo menos 30 anos.

A importância de se falar sobre esse tema se dá pelo fato de essas alterações no clima afetarem a sustentabilidade e o desenvolvimento de todas as atividades no planeta. A primeira está relacionada à capacidade de uma determinada atividade se manter, enquanto que o desenvolvimento sustentável envolve não somente a manutenção da geração atual, mas também a condição e necessidades das gerações futuras.

Nesse sentido, as respostas às mudanças climáticas devem envolver dois focos de ação: mitigação e adaptação. O primeiro trata dos esforços para redução das emissões dos gases do efeito estufa, seja para diminuir os níveis atuais de aquecimento ou para estabilizá-los. Já o segundo, da adaptação das atividades humanas aos impactos da mudança já estabelecida.

“Diante desse cenário, o setor de energia é um dos mais importantes no “combate” às mudanças climáticas, lembrando que mais de 65% dos gases do efeito estufa são produzidos por este setor”, diz o gerente de Planejamento Energético da Cemig, Ivan Sérgio Carneiro.

Segundo ele, em grande escala, a principal contribuição da companhia energética mineira no combate à mudança climática está na manutenção do seu atual parque gerador, que envolve os métodos de produção de energia mais limpos existentes (hidráulica, solar e eólica) e em sua expansão. “Em uma escala menor, a Cemig protege as matas ciliares dos seus reservatórios, contribuindo para a redução do gás carbônico na atmosfera e para uma diminuição da temperatura das regiões circunvizinhas”, cita.

Para se adequar aos ODS estabelecidos pela ONU e manter uma gestão sustentável para seus negócios, a companhia criou diversas diretrizes e ações – que vão do monitoramento meteorológico e hidrológico, acompanhamento de queimadas, passando por eficiência na distribuição de energia até investimentos em pesquisa, tecnologia e desenvolvimento.

Todas elas englobam os conceitos dos ODS 11, 12 e 13, pois direta ou indiretamente, perpassam os itens-chave de cidades e comunidades, consumo e produção sustentáveis, bem como mitigação dos efeitos das mudanças climáticas em seus negócios.

“Sob esta ótica, a Cemig tem, constantemente, investido em inovação para lidar com a maior recorrência de eventos extremos, desenvolvendo ferramentas que integram todo o processo de previsão de vazões para a operação de reservatórios, desde a coleta dos dados telemétricos, das previsões meteorológica por vários modelos, passando pela modelagem hidrológica e a obtenção das previsões de vazão para seu parque gerador”, acrescenta Ivan Carneiro.

Conheça algumas das ações:

1. Monitoramento Meteorológico

O primeiro passo de uma gestão meteorológica adequada é a gestão de dados, uma vez que se trata de insumo básico para se traçar uma estratégia adequada de adaptação. Portanto, uma das ações da Cemig é a manutenção de uma rede de monitoramento meteorológico, composta por mais de 200 estações hidrometeorológica de superfície espalhadas em pontos estratégicos do Brasil, um radar meteorológico próprio e um sistema de detecção de raios que, juntos, permitem o acompanhamento das principais variáveis atmosféricas.

2. Emissão de Alertas Meteorológicos

Com a rede de monitoramento da Cemig é possível acompanhar todas as tempestades que ocorrem na sua área de concessão e até fora dela. Este acompanhamento permite prever os impactos das tempestades no sistema elétrico da Cemig. A partir dos alertas, torna-se possível executar planos de contingência para permitir uma gestão eficiente dos sistemas de distribuição, transmissão e geração, minimizando as ocorrências e indisponibilidades no fornecimento de energia.

3. Previsão de tempo

O grupo de meteorologistas da empresa elabora diariamente a previsão de tempo para as próximas horas e dias para toda a região de interesse da companhia. Esta previsão permite a identificação de fenômenos meteorológicos que possam afetar os negócios da empresa com antecedência, levando a tomada de decisões com celeridade adequada.

4. Previsão climática

Como a previsão climática envolve um horizonte de tempo maior, entre 15 dias e um ano à frente, esse cenário permite uma operação mais eficiente de longo prazo dos reservatórios da Cemig, bem como de seus parques eólicos e fazendas solares.

5. A operação hidroelétrica e os eventos extemos

Uma aplicação direta do monitoramento meteorológico, da previsão de tempo e clima e da emissão de alertas meteorológicos é o controle de eventos extremos no parque gerador da Cemig. Esta ação afeta diretamente a sociedade dentro da área de influência dos reservatórios, pois permite decisões mais assertivas, com a execução de manobras mais seguras e com a emissão de avisos antecipados aos órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Águas (ANA) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ao Operador Nacional do Sistema Elétrico e às defesas civis estaduais e municipais, gerando ganhos na proteção da vida humana e das propriedades.

6.Monitoramento de queimadas

No caso das queimadas, que impactam diretamente a atmosfera e são uma das causadoras do aquecimento global, a companhia de energia de Minas acompanha as ocorrências por meio de dados de satélites meteorológicos, o que permite a tomada de ações para proteger suas linhas de transmissão e distribuição de energia, diminuindo a quantidade e duração de desligamentos dentro de sua área de concessão.

7. Comercialização de energia

A previsão meteorológica é usada como insumo para previsão de vazões, vento e de incidência solar, tornando possível estimar a disponibilidade desses recursos e seu impacto no mercado de energia.

8. Pesquisa e desenvolvimento

Para permitir uma melhoria contínua da sustentabilidade e do desenvolvimento sustentável da Cemig, a empresa investe milhões de reais anualmente em pesquisa e desenvolvimento. Ao longo dos últimos anos, diversos projetos que tratam de gestão meteorológica foram realizados, trazendo grandes ganhos em conhecimento e competitividade à Cemig.


Postar comentário